Alergia Sazonal – Rinite alérgica sazonal

Paula Iglésias - Laboratórios Niam

Paula Iglésias Ferreira, farmacêutica comunitária, diretora do Instituto Pharmcare, autora das Dicas da Farmacêutica, irá abordar, neste artigo, a temática alergia sazonal.

O que é a alergia – rinite alérgica sazonal?

A rinite é um processo inflamatório da membrana da mucosa nasal que se pode caraterizar por: congestão nasal, episódios de espirros, comichão nasal e/ou rinorreia.

A rinite pode ser alérgica (sazonal ou perene) ou não alérgica (infeciosa, idiopática, hormonal, induzida por medicamentos, alimentos, etc.).

A Rinite Alérgica (RA) sazonal ou Febre dos Fenos carateriza-se por uma reação imunológica mediada por IgE na mucosa nasal, provocada por aero alérgenos (ex.: ácaros, pólenes, esporos de fungos, etc.).
A RA afeta entre 10 a 20% da população em geral e constitui um dos principais motivos de consulta nos cuidados primários.

Quais são os sintomas desta alergia sazonal – RA?

O alergénio inalado deposita-se na mucosa nasal e desencadeia a inflamação das vias aéreas superiores (envolvendo a libertação de histamina), o que por sua vez, vai provocar os sintomas da RA.

Estes podem ser:

  • rinorreia (produção abundante de mucosidade nasal aquosa),
  • espirros,
  • congestão nasal (a resposta inflamatória provoca vasodilatação dos vasos sanguíneos nasais o que leva à congestão nasal),
  • comichão nasal.

Também pode ocorrer: dor de cabeça, epistaxes (hemorragia nasal), tosse, lacrimejo ocular bilateral (aquoso), irritação no céu da boca e dor da garganta.

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Quais são os sintomas da alergia sazonal – RA?

Os sintomas de RA podem ser ligeiros (sono normal, atividade profissional, diária e de lazer normais e sem sintomas incomodativos) ou moderados-graves (sono é afetado, atividade profissional, diária e de lazer é afetada, estão presentes sintomas problemáticos).

A RA pode ser intermitente (menos de 4 dias/semana ou duração inferior a 4 semanas) ou persistente (mais de 4 dias/semana ou durante mais de 4 semanas).

A resposta alérgica da RA sazonal começa normalmente com os espirros, segue-se a rinorreia e evolui para a congestão nasal. Normalmente os sintomas são mais acentuados de manhã e ao fim do dia, porque os pólenes são libertados de manhã, andam no ar durante o dia e à noite depositam-se.

Como tratar a RA e o resfriado comum?

Os sintomas da RA são muito semelhantes aos sintomas do resfriado comum (constipação) e aos da sinusite crónica, por isso importa distingui-los, bem como das Rinites Não Alérgicas.

Uma possível etiologia alérgica caracteriza-se por espirros frequentes e em série, comichão nasal, rinorreia aquosa, aos quais se deve associar o historial familiar e a sensibilidade aos alérgenos.

  • No resfriado comum há rinorreia aquosa e espirros, mas estes não são em série.
  • Na sinusite (aguda ou crónica) a rinorreia é mucosa e/ou purulenta e não há espirros.
  • No resfriado e na sinusite a comichão não está presente.

A comorbilidade entre RA e asma é muito frequente, sendo que 75% dos adultos asmáticos têm RA e 50% dos que têm RA têm asma. A RA também está associada à conjuntivite alérgica, à sinusite e a uma história de atopia.

O farmacêutico deve encaminhar ao médico todos os doentes suspeitos de asma (ou seja, os não diagnosticados) e os asmáticos mal controlados que apresentem sintomas de RA.

Alergias

O que o doente deve saber sobre as alergias sazonais?

A RA pode ser sazonal ou perene. A RA sazonal ou Febre dos Fenos é o problema de saúde alérgico e nasal mais frequente. O farmacêutico pode tratar a RA sazonal.

A RA sazonal ou Febre dos Fenos surge em pessoas que desenvolveram uma sensibilização aos pólenes de diversas plantas e relva, e aos esporos dos fungos.

Os sintomas são sazonais: comichão e irritação nasal, espirros e rinorreia aquosa associada com congestão nasal. Esta sintomatologia pode ser acompanhada de comichão na garganta, olhos e ouvidos e, por vezes, pode estar associada a dor de cabeça, fadiga e falta de concentração.

A RA perene é causada pelos alérgenos que habitualmente constituem o pó doméstico: ácaros, pelos e células de descamação de animais domésticos e esporos de fungos.

Os sintomas são crónicos e persistentes durante todo o ano, embora se possam agravar em determinados períodos ou certas circunstâncias.

Os sintomas são semelhantes aos da RA sazonal, contudo a congestão nasal é mais acentuada e a comichão nasal é rara.

A RA sazonal não é um problema de saúde grave, mas devido à sua elevada prevalência, ao incómodo dos sintomas e à associação asma-rinite, representa um problema de saúde importante a nível individual e social.

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Como tratar a RA sazonal?

Para tratar a RA sazonal deve-se evitar a exposição ao alérgeno, embora nem sempre seja possível.

Medidas de controlo ambiental anti-pólenes: manter-se informado sobre os pólenes e evitar saídas para o exterior durante os dias de maior concentração; viajar de carro com as janelas fechadas e instalar filtros para pólen; evitar estar ao ar livre nas épocas de polinização, principalmente ao entardecer; dormir com as janelas fechadas e reduzir o tempo de ventilação do quarto durante a polinização; usar óculos de sol ou óculos anti-pólen.

Medidas de controlo ambiental anti-fungos: no exterior – evitar contactar com palha, vegetação morta ou em decomposição, não mexer na relva nem em locais onde se armazena; no interior – evitar humidades em paredes e janelas, não guardar roupa nem calçado húmidos, não deixar alimentos fora do frigorífico, deitar o lixo fora frequentemente, controlar a humidade (desumidificadores e usar tintas anti-fungos).

As medidas de controlo ambiental doméstico também são importantes, mas fundamentalmente na RA perene.

As seguintes situações devem ser tratadas pelo médico:

  • RA perene,
  • rinite persistente,
  • quando é rinite com sintomas moderados-graves,
  • sintomas que não regridem em 2 semanas com MNSRM ou com MSRM,
  • suspeita de rinite infeciosa/ vasomotora/ medicamentosa,
  • RA durante a gravidez e amamentação,
  • a RA em crianças com menos de 6 anos.

<<Aproveite e leia também este artigo: “Probióticos e vitaminas para aumentar a imunidade infantil”>>

Referências

  1. Garrote A, Bonet R. Curso de Formación Farmacéutica Continuada en Congestión Nasal. el farmacéutico 2006 feb:32.
  2. Alén de la Torre MT, Iglesias JCA, Rpdrigues NFA, Maneiro AC, Pérez JAF, Álvarez MDP. Consulta de indicación Farmacéutica: actuación del farmacéutico en la resolución de los transtornos menores: Grupo Berbés.
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Formadora do Instituto Pharmcare e Autora das Dicas da Farmacêutica. Nº da carteira profissional: 12426

Paula Iglésias-Ferreira, é uma Farmacêutica Portuguesa que utiliza as redes sociais como locutora para divulgar conhecimentos e truques a partir das dúvidas que diariamente recebe dos seus clientes. Seus principais objetivos são promover a saúde e prevenir doenças.

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Curso e especialidade: Licenciada em Ciências Farmacêuticas Formadora do Instituto Pharmcare e Autora das Dicas da Farmacêutica.

Universidade /Escolas: Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL, 2000), onde concluiu a Pós-graduação em Farmácia Comunitária em 2003. Estagiou em farmácia comunitária no Reino Unido e na Finlândia. É mestre em Farmácia Assistencial pela Universidade de Granada, Espanha (2005).

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Iniciou a sua atividade docente em 1997, ainda enquanto estudante, como Monitora do Sub-grupo da Sócio-Farmácia da FFUL, onde colaborou até 2001. De 2001 a 2007, foi Assistente no Instituto Superior de Saúde Egas Moniz, lecionando Saúde Pública.

De 2002 a 2010, trabalhou como Professora Auxiliar Convidada na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), onde lecionou Farmacoepidemiologia, Saúde Pública e Seguimento Farmacoterapêutico na “antiga” licenciatura e no Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas.

Foi Coordenadora da formação pós-graduada em Cuidados Farmacêuticos de 2003 a 2010 e durante o ano de 2007 foi coordenadora de toda a Formação Pós-graduada em Saúde.

Integrou a Comissão Científica e Pedagógica do Mestrado em Cuidados Farmacêuticos da mesma Universidade até 2010. Foi membro fundador (2002) e Diretora do Grupo de Investigação em Cuidados Farmacêuticos da ULHT até 2010.

Em 2010 abraçou um novo desafio profissional, criando o Instituto Pharmcare, onde assume até à atualidade as funções de diretora e formadora. Desde 2012, é sócia e farmacêutica comunitária na Farmácia do Altinho, que é considerada “farmácia escola” na área dos Cuidados Farmacêuticos e que promove estágios internacionais nesta área.

Em 2018 lançou o seu Projeto mais recente: Dicas da Farmacêutica, que se materializa numa página no Facebook, num perfil no Instagram e num canal no Youtube dirigidos à população em geral para reduzir a iliteracia em saúde e promover a saúde.

PARTICIPAÇÕES

Participações orais em congressos, simpósios, seminários, workshops, cursos, pós-graduações e aulas de mestrado em Portugal, Espanha e Brasil ultrapassam as 300.

PUBLICACIONES

Publicou diversos Manuais e Cadernos temáticos sobre Tabagismo, Diabetes, Risco Cardiovascular, Cuidados Farmacêuticos, Seguimento Farmacoterapêutico, Dispensação da Medicação e Indicação Farmacêutica.

Desde 2014 que colabora com a Revista Farmácia Distribuição, escrevendo mensalmente textos técnicos, tais como, os Protocolos de Indicação Farmacêutica e os Cadernos de Farmácia Prática.

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Dulce
Dulce
22 de Abril de 2022 09:06

também gostei deste artigo, obgda!