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A mulher precisa de cuidar do pavimento pélvico (base da pélvis constituída por fáscia endopélvica e músculos). Porquê?
Descubra neste artigo.
Como funciona o pavimento pélvico?
O aparelho urinário feminino é composto pelos seguintes órgãos: rins, ureteres, bexiga e uretra, os quais são suportados pelo pavimento pélvico (base da pélvis constituída por fáscia endopélvica e músculos).
Quando os ditos músculos se encontram enfraquecidos poderá ocorrer libertação de urina.
A incontinência urinária (IU) traduz-se em toda e qualquer perda involuntária de urina pela uretra. É uma condição clínica que pode atingir ambos os sexos em qualquer idade, mas é mais frequente em mulheres e em idosos.
Sendo que o maior grupo de risco, são as mulheres no pós parto e as mulheres na menopausa (devido à diminuição da produção de estrogéneos, à desinervação parcial, à atrofia dos músculos e laxidão ligamentar inerentes ao factor envelhecimento).
O que enfraquece esse músculo?
Estima-se que, em Portugal, sejam afetadas 33% das mulheres com mais de 40 anos.
A IU pelo estigma social inerente leva à diminuição da qualidade de vida e ao isolamento do individuo.
Existem diferentes tipo de IU dependendo de como e quando perde urina:
- Urgência urinária
- Incontinência de Esforço
- Incontinência Mista
- Incontinência Pós-Prostatectomia
- Incontinência Funcional
- Enurese noturna
Assim, para se obter um diagnóstico assertivo deve procurar-se um médico especialista.
Porque é importante treinar o pavimento pélvico?
Após a realização de uma avaliação individualizada e o plano terapêutico definido tem-se verificado que a taxa de sucesso do tratamento ronda os 90%.
O tratamento baseia-se em medicamentos ou técnicas de reabilitação, nomeadamente a fisioterapia que surge como intervenção terapêutica de primeira linha quer no pré quer no pós – cirúrgico.
Esta área de saúde visa a reeducação e fortalecimento dos músculos do pavimento pélvico (MPP) -(responsáveis pelo encerramento da uretra) – através de:
- Terapias Comportamentais: tentativa de modificar e/ou incutir comportamentos benéficos através de aconselhamento (psicológico, sobre a ingestão de fluidos, a dieta, o dia-a-dia, a medicação e a saúde), visa ainda a reeducação da bexiga (aumento do tempo entre as micções de forma a aumentar a capacidade da bexiga e a diminuir a frequência, pela definição de metas).
- Exercícios Específicos de Fortalecimento do Pavimento Pélvico: devem ser considerados umas das primeiras opções de tratamento; visam educar e reabilitar activamente com recurso a contracção e relaxamento voluntários destes músculos, de modo selectivo e repetitivo (consciencializar para a contracção antes de qualquer factor desencadeante de perdas como por exemplo tossir, espirrar, rir e levantar pesos), evitar a substituição dos MPP por outros grupos musculares, utilizando várias posições (deitado/ sentado/ pé); os maiores ganhos ocorrem nas primeiras oito a doze semanas, sendo que a intervenção pode durar de três a seis meses; é essencial que a utente execute estes exercícios diária e regularmente nas diversas situações do dia-a-dia, pois o desenvolvimento muscular é um processo lento e que carece de sobrecarga.
Exercícios para fortalecer a musculatura do pavimento pélvico
- Biofeedback: utilização de aparelhos electromecânicos que através de sinais auditivos e/ ou visuais fornecem feedback ao utente (elemento motivador), permitindo-lhe uma leitura e interpretação em tempo real da atividade neuromuscular, capacitando assim o individuo a identificar os MPP a contrair isoladamente, a inibir as contrações da bexiga e a controlar as substituições por outros músculos.
- Electroestimulação: estimulação dos nervos autónomos e somáticos pela utilização de elétrodos, sonda anal ou vaginal, visando o fortalecimento e coordenação dos MPP, o aumento da pressão de encerramento da uretra e a capacidade da bexiga.
- Cones Vaginais: utilizados como complemento às outras técnicas durante actividades de pé não muito cansativas, são pequenos pesos em forma de cilindro (variam de 10 gr a 100 gr) que são introduzidos na vagina de modo a aumentar a força e a resistência dos MPP.
- Exercícios de Tanzberger: visam o treino de força e de propriocepção dos MPP com recurso a bola terapêutica, são exercícios motivadores e funcionais que podem ser também realizados no domicílio com intuito preventivo ou curativo.
Também os exercícios de Pilates são bastante recomendados como método de fortalecimento dos MPP.
Veja também, este vídeo com alguns exercícios práticos para reforçar o pavimento pélvico.