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Os cistos ou quistos nos ovários são uma condição relativamente comum, estimando-se que entre 3-7% das mulheres entre os 25 e os 45 anos possuem pelo menos um quisto e cerca de 8 em cada 10 mulheres desenvolverão quistos em algum momento de suas vidas. Leia este artigo da ginecologista Maria José Monteiro e esclareça algumas questões relativamente a este assunto.
Apesar desta elevada prevalência são sempre um motivo de preocupação.
Na maioria das vezes estes quistos apresentam características benignas (com as suas diferentes causas a darem diferentes apresentações) e desaparecem sem necessidade de intervenção. No entanto, em alguns casos podem causar dor, desconforto e outras complicações que necessitem de intervenção.
Neste contexto, é importante entender os sintomas, tipos, causas e possíveis tratamentos dos quistos ováricos de modo a procurar atendimento médico adequado e garantir uma boa saúde ginecológica.
O que são os quistos nos ovários?
Todos os meses, numa mulher que não faça qualquer tipo de contraceção hormonal ocorre o crescimento e desenvolvimento de um folículo que irá romper libertando o ovócito permitindo assim uma possível gravidez. Esse mesmo folículo apesar de fisiológico pode ser erradamente interpretado como “quisto”.
Quando temos um afastamento desde normal funcionamento ovárico, podem desenvolver-se quistos que podem ser uni ou bilaterais e podem ser únicos ou múltiplos.
Podemos designar como tendo ovários poliquísticos, uma mulher cujo aspeto ecográfico dos ovários tenha múltiplos pequenos quistos, este aspeto pode ou não estar integrado na Síndrome de ovário poliquístico.
Sintomas dos quistos nos ovários
Os quistos do ovário são frequentemente assintomáticos, sendo um achado em exames de rotina, no entanto podem ter também apresentações agudas que requerem tratamento urgente, nomeadamente no caso de torção do quisto (com interrupção da circulação sanguínea para o ovário) que requer intervenção cirúrgica de modo a preservar o tecido ovárico.
A dor pélvica e distenção abdominal, apesar de serem sintomas comuns a muitas outras situações clínicas, podem também estar presente em quistos de grandes dimensões ou que estejam associados a processos inflamatórios e/ou infeciosos.
Tipos e tamanhos dos quistos nos ovários
Existem diferentes tipos de quistos, segue alguns exemplos:
Quistos funcionais
Os quistos funcionais estão relacionados com o normal funcionamento do ovário, sendo dos mais frequentemente encontrados.
Quisto folicular
O quisto folicular é o tipo mais comum e se forma quando o folículo ovárico não libera o ovócito, resultando em uma acumulação de líquido.
Quisto do corpo lúteo
O quisto do corpo lúteo forma-se após a ovulação, quando o folículo que rompeu se torna uma estrutura chamada corpo lúteo, que no caso de ter sangrado e formado um “coágulo” no seu interior se designa de quisto hemorrágico. Esta hemorragia pode causar desconforto e dor pélvica pela irritação provocada pelo sangue na cavidade abdominal.
Quisto endometriósico
O quisto endometriósico (endometrioma) ocorre, em mulheres com endometriose, quando o tecido endometrial cresce fora do útero e se fixa nos ovários.
Quanto tempo demora um quisto a desaparecer?
O tempo que um quisto demora para desaparecer pode variar de acordo com o tamanho e tipo do quisto. Em muitos casos, os quistos simples desaparecem espontaneamente após algumas semanas ou meses. No entanto, alguns quistos podem requerer tratamento médico.
Qual é o tratamento para os quistos nos ovários?
O tratamento pode variar, de acordo com os sintomas e gravidade dos mesmos, entre manter a vigilância e aguardar ou intervenção cirúrgica com indicção para remoção do quisto e/ou do ovário.
Importante sempre referir que no caso de tumefações com grande suspeição de malignidade, estes devem ser orientados por especialistas em ginecologia oncológica.
É comum que os quistos ováricos gerem dúvidas e preocupações, por esse motivo, segue um esclarecimento sobre algumas questões.
Por que aparecem quistos nos ovários?
Os quistos nos ovários podem se desenvolver como já vimos sem qualquer patologia ou doença, estando relacionados com o normal funcionamento do ovário. No entanto, existem situações como problemas hormonais, endometriose, que podem manifestar-se como quistos ou formações anexiais.
Como sei que tenho um quisto no ovário?
Apenas um médico pode diagnosticar a presença de um quisto nos ovários por meio de exames clínicos e de imagem, sendo que a ecografia é o método preferencial para o diagnóstico e classificação das tumefações anexiais.
Quando é perigoso um quisto no ovário?
Como já foi discutido previamente a maioria dos quistos ováricos resultam do normal funcionamento do mesmo, para além disso, nas mulheres em idade fértil a grande maioria da patologia anexial tem características benignas. Em qualquer caso é essencial integrar as particularidades do caso, as características ecográficas, sintomas para orientar a melhor abordagem.
A ecografia, realizada corretamente e aplicando critérios específicos, tendo em conta as características do quisto/massa, deteta até 90% dos cancros e descarta corretamente até 80% da patologia benignas. Alguns quistos podem levar a complicações, como torção ou rutura, o que pode ser implicar uma intervenção de urgência.
Posso engravidar se tenho quistos nos ovários?
Em muitos casos, os quistos nos ovários não afetam a fertilidade.
No entanto, em alguns casos, podem ser causa de infertilidade, nomeadamente na Síndrome do ovário poliquistico, em que as mulheres podem não menstruar ou na endometriose.
Alguns quistos benignos (teca-luteínicos) são característicos da gravidez. Outros que apareçam ou sejam diagnosticados durante a gestação poderão requerer apenas vigilância.
Isto não quer dizer que não possa engravidar, tudo depende da origem do quisto e da presença ou não complicações associadas.
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